Monday, April 02, 2007

O Bebê de Rosemary

Às vezes eu desconfio da minha capacidade hoje de me envolver completamente com um filme como acontecia no início da minha paixão pela sétima arte. Essa desconfiança desaparece quando eu resolvo visitar os clássicos.
"O Bebê de Rosemary" (1968), terror da melhor estirpe, do genial Roman Polanski, é um dos filmes mais intensos e bem acabados em termos de narrativa que vi nos últimos tempos.
O filme vai num crescente, sem pressa, até o final, que apesar dos sinais evidentes, consegue surpreender. Um final, diga-se, capaz de dividir as platéias que desejam sempre um trunfo do bem contra o mal e uma reviravolta provocada pela vítima a seu favor.
A vítima aqui, e protagonista, é Mia Farrow, jovem, bela e magérrima. Ela é esposa do personagem de John Cassavetes. Depois que o casal se muda para um prédio antigo e cheio de histórias, fazem amizade com os vizinhos, dois velhos que se mostram mais amigáveis do que o desejado.
Mais adiante, a jovem fica grávida e desconfia que pode ser vítima de um complô de bruxos (que pode ou não envolver seu próprio marido), para que ela dê à luz o filho do demônio.
O filme começa leve e romântico e vai ganhando intensidade até chegar ao ponto de causar calafrios aos mais corajosos. Tudo isso sem mostrar nada além de uma trama marcada por terror psicológico e atuações impressionantes de Mia, Cassavetes e dos atores Ruth Gordon e Sidney Blackmer, que interpretam o casal de velhos, os Castlevet.
É curioso perceber como um grande número de filmes que veio depois bebem neste clássico de Polanski. Para citar dois exemplos recentes, temos a comédia mediana "Duplex", que é uma clara homenagem ao filme, pelo lado da comédia, e o ótimo e sombrio "Água Negra", de Walter Sales.

Título Original: Rosemary's Baby/ Direção: Roman Polanski/ Roteiro: Roman Polanski, baseado em livro de Ira Levin/ Mia Farrow, John Cassavetes, Ruth Gordon, Sidney Blackmer.

Nota: 9/10.

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